A pesquisa Datafolha mostra que o ex-presidente Lula continua com bastante força junto ao eleitorado e que, até o momento, Ciro Gomes (PDT) não conseguiu capturar parte dos votos do petista. Na visão do mercado, isso pode ser considerado marginalmente positivo, de acordo com Alexandre Póvoa, presidente e sócio da Canepa Asset Management.
"Mesmo com o Lula fora, não há uma transferência clara de votos para o Ciro, ele parece ter dificuldade de crescer sem o apoio do PT e do Lula", diz. Póvoa ressalta, no entanto, que essa percepção não deve ser capaz de mudar os preços nos mercados financeiros.
De acordo com o levantamento, divulgado hoje pelo jornal "Folha de S. Paulo", num cenário de primeiro turno em que o ex-presidente Lula é incluído entre as opções, o petista lidera com 30% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (PSL), com 17%; Marina Silva (Rede), com 10%; e Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), cada um com 6%. Brancos, nulos e indecisos somam 21%.
No entanto, sem nenhum candidato do PT na disputa, os brancos, nulos e indecisos saltam para 34%. Jair Bolsonaro aparece com 19%, seguido por Marina Silva (15%), Ciro Gomes (11%) e Geraldo Alckmin (7%).
"A Marina está numa posição interessante", diz Póvoa, ressaltando o bom desempenho da candidata nos cenários de segundo turno, em que a ex-ministra derrota todos os possíveis adversários, exceto Lula. Para ele, Marina atrairia os votos da esquerda, num eventual segundo turno contra Bolsonaro, e os eleitores de direita, numa disputa contra Ciro.
Póvoa pondera que, em linhas gerais, o mercado não apoia Marina Silva, mas também não é contrário a ela. Já Ciro é visto como um candidato com discurso muito anti-mercado, e, por isso, não teria apoio dos investidores.
O presidente da Canepa ainda destaca que a candidatura de maior apoio do mercado financeiro, a de Geraldo Alckmin, segue demonstrando "dificuldade enorme".