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Mulheres são menos ouvidas e mais interrompidas durante reuniões (Foto: Pexels)

Há estudos que mostram que as mulheres são líderes tão boas quanto os homens – ou até melhores. Com a pandemia, boa parte da comunicação com os times passou a ser feita por videoconferências. Só que essa mudança física parece ter um aspecto negativo. Quase metade (45%) das líderes empresariais afirma ser difícil para as mulheres se manifestar em reuniões virtuais, por plataformas como Zoom.

A conclusão é de uma pesquisa realizada nos EUA pela Universidade Brigham Young, em setembro de 2020. Além disso, uma em cada cinco mulheres sentia que era realmente ignorada nessas reuniões.

“As mulheres são sistematicamente vistas como detentoras de menor autoridade. Sua influência é sistematicamente menor, e elas estão falando menos. E quando estão se manifestando, não estão sendo tão ouvidas e são mais interrompidas”, disse Jessica Preece, professora associada de ciência política, à BYU Magazine.

O mundo corporativo parece ser reflexo do acadêmico. Apesar de programas de gestão, muitas vezes, serem majoritariamente masculinos, as alunas inscritas apresentavam melhores médias e mais experiência em liderança do que seus colegas. Porém, muitas vezes eram vistas como as menos competentes e influentes do grupo.

“Não são as mulheres que estão com defeitos. É a sociedade”, acrescenta Preece. “Eu gostaria de nos ver focando em treinar pessoas para serem acolhedoras e em criar sistemas que apoiem as mulheres que se expressam.”

Equilibrar essa conta pode ser uma solução, inclusive econômica, não só na pandemia. O relatório Power of Parity de 2015 do McKinsey Global Institute estimou que o avanço da igualdade de gênero pode adicionar US$ 13 trilhões ao crescimento global até 2025. O relatório identifica uma melhora em desempenho educacional, saúde e sobrevivência com a diferença de gênero diminuindo entre 96,1% e 95,7%.

Mas essa equação não deve se equilibrar tão rapidamente. As mulheres foram mais impactadas e perderam mais empregos durante a pandemia de Covid-19, de acordo com o McKinsey Global Institute.

Para começar a mudar essa cultura, ações rotineiras podem fazer a diferença. Exclamações positivas, como “esse é um ponto interessante”, podem empoderar as vozes das mulheres, dando a elas um selo de influência e autoridade. “Se construirmos um mundo em que as vozes das mulheres são valorizadas e ouvidas, elas falarão sem que seja preciso dizer a elas para fazer isso”, afirma Preece.