Renault reduz jornada e salário em até 70% em fábrica no Paraná

Montadora segue maioria das empresas do segmento. Acordo prevê que funcionários vão receber 100% do salário líquido.

Por G1


Em assembleia na fábrica da Renault, funcionários aprovaram redução de jornada e salários — Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba

A Renault fechou acordo para redução em até 70% de jornada e de salário dos funcionários da fábrica de Curitiba. A medida valerá por 1 mês, a partir desta segunda-feira (18), podendo ser prorrogada por mais 30 dias.

A montadora diz que completará o benefício emergencial pago pelo governo a quem será afetado pela mudança, a fim de garantir que os trabalhadores recebam 100% do salário líquido.

Outra medida adotada é a não renovação e a antecipação do encerramento dos contratos por tempo determinado de 300 empregados.

A Renault pagará 100% do período faltante para o encerramento do contrato na rescisão, o dobro do que prevê a lei. Haverá também extensão de plano médico por três meses para o titular e dependentes.

Segundo o comunicado, a montadora ainda disponibilizará aos empregados afastados um programa de orientação para a recolocação no mercado de trabalho, por meio de um serviço especializado e a “possibilidade de participar de um banco de talentos para futuros processos seletivos da Renault”.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, a fábrica emprega 7.300 trabalhadores. Lá são produzidos Sandero Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captour.

A unidade conta ainda com uma fábrica de motores e injeção de alumínio.

Tombo na indústria

A maioria das montadoras já recorreu à redução de jornada ou suspensão de contratos, incluindo cortes nos salários. Essas medidas estão previstas na MP 936 do governo federal, que flexibiliza regras trabalhistas temporariamente, durante a pandemia do coronavírus.

Até o último dia 28, 74% dos empregados da indústria automotiva foram afetados por essas mudanças, segundo levantamento do G1.

Praticamente todas as fábricas de veículos do Brasil pararam no fim de março por conta das medidas de restrição à pandemia. A produção caiu 99% em abril, na comparação com 1 ano atrás, segundo a associação das montadoras, a Anfavea.

Algumas empresas começaram a retomar as atividades nas últimas semanas, de forma gradual. Entre elas a própria Renault, além da Fiat e a Jeep e a Volvo Caminhões.

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