Por Guilherme Rodrigues, G1 GO


Fiéis se reúnem em ato para pedir retorno de padre Robson à Basílica de Trindade, em Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Braz José de Souza

Um grupo de fiéis protestou neste sábado (23) para pedir que padre Robson de Oliveira volte a celebrar missas no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, e à presidência da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que administra o templo. O padre era investigado pelo Ministério Público por desvio de dinheiro na associação, mas o processo foi interrompido pela Justiça. Ele sempre negou qualquer irregularidade.

O protesto começou por volta das 11h10, em frente à Basílica Divino Pai Eterno. Um dos organizadores do ato, Braz José Souza informou que o ato também tem o intuito de realizar orações pelo padre.

"O padre Robson é inocente e estamos fazendo esse movimento pela volta dele", disse.

Padre Robson, de 46 anos, é fundador e ocupava a presidência da Afipe. Até então, ele também era o reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno. O padre está afastado da associação e teve os direitos de realizar celebrações suspensos temporariamente, no dia 21 de agosto do ano passado.

O G1 entrou em contato com a Arquidiocese de Goiânia e também com a Afipe, às 11h deste sábado (23) para pedir um posicionamento em relação aos pedidos dos fiéis, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Padre Robson de Oliveira — Foto: Reprodução/Instagram

Operação e impasse na Justiça

Batizada de "Vendilhões", a operação do Ministério Público apreendeu diversos documentos e equipamentos eletrônicos na casa do padre e em endereços ligados à Afipe, no dia 21 de agosto do ano passado. A investigação apontava que ele desviou dinheiro doado por fiéis, que seria usado na construção da nova Basílica de Trindade, para comprar fazendas, casa na praia e até um avião.

Em outubro, a Justiça tinha determinado que as investigações deveriam ser interrompidas por entender que não estavam presentes no processo os crimes apontados pelos promotores. No entanto, em 4 de dezembro, uma decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Goiás autorizou a retomada da apuração.

Três dias depois, o Ministério Público chegou a denunciar o padre ou outras 17 pessoas por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os promotores de Justiça afirmam que o padre comandava uma organização criminosa e transferia grandes valores para empresas, com o objetivo de utilizar o dinheiro das entidades religiosas criadas por ele como seu, sem prestar contas nem se submeter às regras associativas.

Logo depois, outra sentença, desta vez dada pelo desembargador do TJ-GO Leobino Chaves Valente, voltou a determinar o bloqueio do mesmo processo. Em 17 de dezembro, uma sentença do Superior Tribunal de Justiça reforçou a decisão do magistrado. Assim, tanto a investigação quanto o processo na Justiça foram interrompidos.

O Ministério Público apresentou recurso no Superior Tribunal de Justiça, mas, até este sábado (23), ele ainda não havia sido analisado.

Fiéis seguram faixas em ato pedindo a volta de Padre Robson à frente da Afipe e Basílica de Trindade — Foto: Arquivo Pessoal/Braz José de Souza

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