Saiba o que fazer se tiver o celular furtado ou roubado no carnaval de SP

Vítima pode fazer BO eletrônico pela internet; PM estima 4 milhões de foliões nos blocos.

Por Kleber Tomaz, G1 SP — São Paulo


O bloco "Tô de Bowie" lotou o centro de São Paulo em fevereiro de 2017 — Foto: Walmor Carvalho/Fotorua/Estadão Conteúdo

Foi curtir os bloquinhos de carnaval de rua na cidade de São Paulo e notou que seu celular sumiu, foi furtado ou roubado em meio à multidão? O G1 mostra abaixo como registrar um boletim de ocorrência e bloquear o aparelho.

Se houve agressão física, vá até uma delegacia para dar queixa do caso, segundo orienta a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Caso tenha o número do IMEI (International Mobile Equipment Identity, na sigla em inglês), espécie de RG do aparelho, informe no boletim. Ele não é necessário nos distritos policiais, mas ajuda a polícia a pedir o bloqueio do telefone.

Agora, se não teve agressão, não é preciso ir até um DP. Existe a possibilidade de fazer o boletim de ocorrência eletrônico pelo site http://www.ssp.sp.gov.br/nbo. Nesse caso, porém, será necessário informar o número do IMEI.

Como nos anos anteriores, a principal alvo dos criminosos nos desfiles dos blocos carnavalescos continua sendo o celular. Nos cinco dias de folia do ano passado, foram registrados quase 2 mil casos de furtos e roubos do aparelho nas regiões onde ocorreram desfiles na capital paulista.

Foliões também usaram a internet para relatar roubos e furtos de celulares durante o desfile dos blocos de carnaval de rua em São Paulo em 20177 — Foto: Reprodução / Rede social

Foram 1.150 casos no Centro da cidade e mais 804 boletins de ocorrência em Pinheiros, na Zona Oeste. À época, o G1 ouviu relato de vítimas.

“O principal problema é sempre furto, roubo e perda de celular durante a folia”, disse o coronel Francisco Alves Cangerana Neto, comandante da Polícia Militar (PM) na região central da cidade.

Para tentar reduzir o número de celulares levados por ladrões, Cangerana Neto orienta o folião a tomar medidas de segurança e diz que haverá reforço no efetivo de policiais militares nas ruas.

“A melhor prevenção é começar pelo próprio folião, que deve deixar seus pertences e celular junto ao corpo, sempre nos bolsos da frente e jamais nos bolsos de trás da roupa”, sugere o coronel. “E, quando for usar celular para tirar foto ou atender telefonema ou mensagem, certificar-se de que está em local seguro e não passará ninguém de bicicleta e a pé para tentar levar o aparelho.”

Policiais revistam folião na região da Avenida São João durante desfile do "Tô de Bowie" no ano passado — Foto: Will Soares/G1

Principais dicas

Veja aqui quais são as demais dicas de segurança que a PM sugere aos foliões:

  • Planeje antecipadamente o local que você deseja estar. Mantenha-se informado;
  • Mantenha seus objetos à frente de seu corpo e fique atento às pessoas que estejam ao seu redor;
  • Mantenha especial atenção com crianças. Uma boa alternativa é identificá-las com etiquetas - Não exiba celulares, carteiras e bolsas. Esses objetos são alvos dos criminosos;
  • Marque pontos para reencontros caso haja separações no grupo;
  • Evite beber em excesso e não dirija após a ingerir bebidas alcoólicas;
  • Use sempre preservativos durante relações sexuais;
  • Não aceite bebida de pessoas que você não conhece;
  • Utilize roupas leves e confortáveis, especialmente seu calçado e beba muita água;
  • Tenha dinheiro separado para pequenas despesas;
  • Cuidado com esbarrões e empurrões;
  • Preste atenção nas vias de fuga e saídas de emergência em casos de briga generalizada;
  • Evite ingerir bebidas que estejam acondicionadas em recipientes de vidro;
  • Não se envolva em confusões, discussões ou brincadeiras que possam vir a causar problemas;
  • Se precisar usar o celular, que o faça num local reservado, fora da aglomeração para evitar ser surpreendido por furto ou esbarrão.

O cantor Alceu Valença comanda o desfile do bloco de carnaval Bicho Maluco Beleza, em frente ao Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, em 2017 — Foto: Amanda Perobell/Estadão Conteúdo

4 milhões de foliões

Segundo o comandante, cerca de 3 mil policiais por dia serão deslocados para se dividir na segurança das áreas onde passarão blocos em todos os pontos de São Paulo. “O planejamento de segurança será baseado na estimativa de que 4 milhões de pessoas passem pelos locais onde estarão os 400 blocos nos 13 dias”, disse.

De acordo com ele, em 2017 foram aproximadamente 3 milhões de foliões durante os dias de desfiles de blocos no carnaval paulistano.

“O carnaval de SP é um carnaval seguro, não tem notícias de grande violência”, tranquiliza o oficial da PM, que fala em usar a tecnologia para buscar coibir a ação dos ladrões.

“É um crime difícil que acontece no meio de uma aglomeração. Ele subtrai e a vítima às vezes nem percebe”, comenta. “Mas estamos preparados, usando tecnologia, câmeras e policiais disfarçados para identificar, impedir e deter os criminosos”.

Como nas edições anteriores, o público deverá se concentrar mais no Largo da Batata, região Oeste, e na área central.

GCM

Para o carnaval de 2018, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) contará com efetivo de 3 mil agentes que auxiliarão a PM e funcionários da prefeitura nos eventos. Os guardas atuarão principamente nas fiscalizações feitas pela administração pública no combate ao comércio irregular.

De acordo com a Lei nº 16.647, que proíbe a prática de urinar em locais públicos, a GCM dará apoio aos fiscais para evitar essa prática.

A GCM estará presente em todos os bairros que terão desfiles entre eles Moema, Pinheiros, Vila Madalena, Avenida 23 de Maio.

Veja no detalhe em vermelho onde clicar para registrar o boletim de ocorrência eletrônico — Foto: Reprodução/SSP

BO eletrônico

Veja abaixo os passos para se fazer o BO eletrônico:

1.Vá até o botão ‘roubo/ furto/ perda de objetos’, à direita;

2.Clique no botão ‘prosseguir’;

3.Selecione ‘documentos e objetos’;

4.Informe se foi ‘perda’ ou ‘furto/ roubo’;

5.Responda se você foi ameaçado ou teve medo e entregou os seus pertences. O boletim só pode ser registrado de forma eletrônica se não houve agressão física. Em caso de agressão, a vítima precisa procurar uma delegacia para registrar a ocorrência pessoalmente;

6.Responda onde aconteceu o furto/ roubo;

7.Responda se o local da ocorrência foi dentro de alguma das estações ou trens do metrô ou da CPTM;

8.Inclua seus dados pessoais e prossiga.

Charanga lota quadras no Centro de SP em 2017 — Foto: G1 SP

Bloqueie o celular

Antes, o código IMEI era necessário para fazer o bloqueio do celular, mas desde 2016, a pessoa que tiver o celular roubado pode entrar em contato com as operadoras para pedir o bloqueio, informando apenas o número da linha.

Além disso, quem perdeu o celular e, depois de bloqueá-lo, reencontrou o aparelho, pode fazer o desbloqueio ligando novamente para a prestadora.

O IMEI pode ser consultado pelo usuário na caixa do produto, na nota fiscal, ou diretamente no celular, digitando *#06#.

No ato do registro do boletim eletrônico, a pessoa deve informar o número do IMEI para que o bloqueio seja feito de forma automática.

Celulares e acessórios foram apreendidos em presídio em Mongaguá, SP, no ano passado — Foto: Divulgação/SAP

Consulta

As pessoas que desejarem comprar celulares usados e quiserem checar se o aparelho está bloqueado podem fazer uma consulta no site www.consultaaparelhoimpedido.com.br. - procedimento recomendado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Segundo a Anatel, São Paulo é o estado com maior número de celulares bloqueados por roubo, de acordo com dados de 2017.