Profissionais da saúde desembarcam em Mato Grosso para atender comunidades indígenas

Avião das Forças Armadas levou testes rápidos, remédios e equipamentos de proteção. Vinte e quatro militares - entre médicos, enfermeiros e técnicos - vão trabalhar em dois postos de campanha montados em aldeias Xavante.

Por Jornal Nacional


Profissionais da saúde desembarcam em Mato Grosso para atender comunidades indígenas

Uma força-tarefa com profissionais da saúde desembarcou nesta terça-feira (28) em Mato Grosso para atender comunidades indígenas.

O avião das Forças Armadas levou testes rápidos, remédios e equipamentos de proteção. Vinte e quatro militares, entre médicos, enfermeiros e técnicos do Ministério da Saúde e da Funai vão trabalhar em dois postos de campanha montados em aldeias Xavante. A etnia é uma das mais afetadas pela Covid no país. São 337 infectados e 47 mortos, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

O drama dos xavantes se espalhou por outros povos que vivem em Mato Grosso. O estado perdeu o controle do novo coronavírus em junho e agora são os indígenas que estão sentindo os reflexos disso: 850 foram infectados. Um problema novo que é agravado por outro, antigo: a falta de estrutura.

No Parque do Xingu, o único carro disponível, foi recolhido pela Funai há meses. “Os médicos, enfermeiros, técnicos de saúde estão com dificuldade de ir atender outros povos, porque é muito arriscado estar de moto e outros ‘caminhão’ que tem caçamba grande. Não tem como transportar pacientes nesse carro”, diz Takumã Kuikuru, cineasta do povo kuikuru.

Outra dificuldade é mudança de costumes. Imagens mostram a aldeia chorando a morte de um dos líderes pela Covid. As aglomerações são um risco.

O número de mortes entre os indígenas em Mato Grosso quase dobrou em 20 dias.

O Ministério da Saúde declarou que investiu R$ 70 milhões para o enfrentamento da doença entre os povos indígenas.

O Jornal Nacional não conseguiu contato com a Secretaria Nacional de Saúde Indígena.