Major Olímpio admite que votação secreta aumenta chances de Renan na eleição do Senado

Por Matheus Leitão


O senador eleito de São Paulo Major Olímpio — Foto: Henrique Barreto/Estadão Conteúdo

O senador eleito Major Olímpio (PSL-SP), candidato à presidência do Senado, reconhece que a votação secreta na eleição para a presidência da Casa aumenta as possibilidades de vitória do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Em conversa com o blog, o senador eleito disse que não está pessimista, mas admite que a votação aberta seria melhor para a sua candidatura.

"Naturalmente, se a eleição fosse aberta, o maior beneficiado seria eu", avaliou Major Olímpio, que teve participação importante na campanha do presidente Jair Bolsonaro e, depois de cumprir mandato como deputado federal, conseguiu se eleger para o Senado com mais de 9 milhões de votos em São Paulo.

Nesta quarta-feira (9), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, derrubou liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello no fim do ano passado que determinava votação aberta na eleição que escolherá o próximo presidente do Senado, no início de fevereiro.

Para Major Olímpio, a decisão de Marco Aurélio foi uma "interferência muito grande" no esquema de votação do Senado. Na decisão que derrubou a liminar, Dias Toffoli ressaltou que a votação é uma questão interna e deve ser resolvida pelo Senado.

"Eu não fico pessimista, eu sempre tive o pé no chão. Eu só disse que na votação aberta eu seria o maior beneficiado”, enfatizou o senador eleito do PSL.

Reforma da Previdência

Quando questionado pelo blog sobre a reforma da Previdência, Major Olímpio defendeu que a mudança é necessária e acredita que há uma nova possibilidade de construir uma mudança nas regras previdenciárias melhor do que a sugerida pelo governo Michel Temer.

"Eu vejo um novo momento, uma nova possibilidade de se construir um texto melhor. Eu acredito que nós não vamos ter esses erros", disse, referindo-se ao que ele classificou como erros de comunicação da gestão Temer.

"O governo [Temer] falhou demais na comunicação naquele momento. Deveremos ter agora o tempo de construir algo de tal forma que apresente alguma coisa que seja palatável. É lógico, eu não conheço nenhum projeto de emenda constitucional que saiu do Executivo e que não foi emendado, discutido ou flexibilizado nas casas [Câmara e Senado]. É bom fazer um projeto ideal, mas o funil é aqui", argumenta o senador eleito.

Major Olímpio disse ainda que a gestão Temer não teve a habilidade de mostrar uma base de dados fidedigna que justificasse a necessidade da reforma.

"A base de dados apresentada foi repartida um sem número de vezes, e o governo não teve habilidade de demonstrar nem aqui para nós e tampouco para a sociedade o quão fidedigna era essa base de dados. Eu vejo que hoje está se trabalhando em não persistir nesses erros e mostrar para a sociedade o que deve ser feito”, enfatizou.

Ele reafirma que os agentes penitenciários devem entrar em situação de excepcionalidade na proposta por causa da periculosidade do trabalho e ponderou que, no fim da gestão Temer, já estava sendo construído um consenso sobre o tema.

— Foto: Editoria de Arte / G1