Por G1 — Brasília e Rio de Janeiro


O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) — Foto: Pedro França/Agência Senado

O presidente eleito Jair Bolsonaro conversou por telefone com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e afirmou nesta segunda-feira (19) que pretende ser "grande parceiro" dele.

Líder de direita, Orbán se destaca, segundo avaliações de agências internacionais, pelos discursos xenófobos e por medidas que isolam a Hungria da Europa.

Em setembro, por exemplo, o Parlamento da União Europeia decidiu punir a Hungria por ignorar regras democráticas de maneira "persistente".

"[A Hungria] é um país que sofreu muito com o comunismo no passado, é um povo que sabe o que é ditadura. O povo brasileiro não sabe o que é ditadura ainda, não sabe o que é sofrer na mão dessas pessoas. E ele [Orbán] está muito feliz com a nossa eleição e nós, com toda certeza, seremos grandes parceiros para o futuro", declarou Bolsonaro em entrevista no Rio de Janeiro.

Segundo o jornal "O Globo", na conversa por telefone, Orbán sinalizou a Bolsonaro que estará presente à posse do presidente eleito, em 1º de janeiro, em Brasília.

Ditadura

Bolsonaro afirma frequentemente que o Brasil não viveu uma ditadura entre 1964 e 1985, mas, sim, um "regime com autoridade".

Ao votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, por exemplo, homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça de São Paulo como torturador durante o regime militar. Para Bolsonaro, Ustra é um "herói brasileiro".

Segundo a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram durante o período – somente 33 corpos foram localizados.

Diante disso, a comissão entregou em 2014 à então presidente Dilma um documento no qual responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.

Na ditadura, que durou 21 anos, não houve eleição direta para presidente, O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa.

Petrobras pode ser privatizada em parte, diz Jair Bolsonaro

Petrobras pode ser privatizada em parte, diz Jair Bolsonaro

Petrobras

Na mesma entrevista em que falou sobre ser "grande parceiro" de Orbán, Bolsonaro também afirmou que "parte" da Petrobras pode ser privatizada.

"Nós estamos conversando sobre isso aí. Eu não sou uma pessoa inflexível. Mas nós temos que, com muita responsabilidade, levar avante um plano como esse aí. Eu vi lá atrás com muito bons olhos a questão da Embraer. Nós podemos conversar, tá certo? Mas entendo como um empresa estratégica que pode ser privatizada em parte", afirmou.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1