Por G1 RN


Foto aérea do estádio Arena das Dunas em Natal (RN) — Foto: Sergio Moraes/Reuters/Arquivo

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta terça-feira (10) uma operação para apurar a possível prática dos crimes de desvio de finalidade de financiamento, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. Os possíveis crimes são atribuídos a integrantes de um grupo empresarial do ramo de construção civil, a um membro de sindicato de trabalhadores e agentes públicos do estado do Rio Grande do Norte.

Dois endereços alvos dos investigadores são imóveis da ex-governadora Rosalba Ciarlini. Em nota, a assessoria da agora prefeita de Mossoró afirmou que ela estava em casa no momento das buscas, mas não foi apresentada a acusação.

"Como se faz ao longo de sua vida pública, acompanhada por todos, Rosalba Ciarlini se coloca à disposição da Justiça e dos demais órgãos estatais a fim de esclarecer todos os fatos. A prefeita considera que as diligências realizadas hoje nos dois apartamentos contribuirão para confirmar a correção de sua conduta", afirmou em nota.

A ação foi denominada "Mão na Bola". De acordo com as corporações, 18 policiais federais cumprem quatro mandados judiciais de busca e apreensão em Natal e Mossoró. As medidas visam a apreensão de documentos, bens e valores e foram expedidas pela 2ª. Vara da Justiça Federal no Rio Grande do Norte.

As buscas foram aconteceram nos bairros de Areia Preta, Lagoa Nova e Lagoa Azul, em Natal, e Nova Betânia, em Mossoró. Pelo menos dois endereços eram ligados à ex-governadora.

Segundo a PF, a investigação teve início no ano de 2014 a partir da notícia do pagamento de propinas a membro de um sindicato de trabalhadores e agentes públicos do RN, por pessoas vinculadas a grupo empresarial responsável pela obra de construção do estádio Arena das Dunas.

Ainda de acordo com os investigadores, diligências iniciais evidenciaram a utilização de empresas, algumas de fachada, para emissão de notas fiscais superfaturadas ou fictícias, de modo a gerar “caixa dois”, utilizado para o pagamento de propinas.

A colheita de depoimentos de colaboradores, associada à análise dos registros bancários e fiscais de investigados, teria apontado novos elementos que corroborariam a notícia de pagamentos de vantagem indevida a agentes públicos e um membro do sindicato.

"Constatou-se que os investigados receberam expressivos valores em suas contas bancárias, mediante depósitos fracionados, o que indica a tentativa de driblar os mecanismos de controle do Conselho de Controle de Atividade Financeira – COAF (atualmente Unidade de Inteligência Financeira – UIF)", informou ainda a corporação.

Sobre o nome da operação, a PF explicou que é um trocadilho com uma expressão utilizada no futebol, pois pode remeter ao recebimento de propina, já que “bola”, no popular, também possui esse significado.

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