Em reunião do Conselho Deliberativo, Kleber Leite é suspenso por 10 meses pelo Flamengo

Absolvido pelo Conselho de Administração em dezembro de 2017, quando foi votada sua possível exclusão do quadro associativo, ex-presidente desta vez é punido

Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro


Em reunião do Conselho Deliberativo ocorrida na noite desta quinta-feira, o ex-presidente do Flamengo Kleber Leite foi suspenso do quadro associativo do clube por 10 meses. A pauta foi o empréstimo de R$ 6 milhões obtido junto ao Consórcio Plaza em 1995 para a contratação do atacante Edmundo. A notícia foi divulgada pelo site Mundo Rubro-Negro.

O placar da votação foi de 110 votos favoráveis à suspensão de Kleber Leite contra 92 - dois votaram em branco.

Kleber Leite presidiu o Flamengo entre 1995 e 1998 — Foto: Agência O Globo

O Consórcio Plaza foi criado para a construção de um shopping na Gávea, mas este nunca saiu do papel. Os órgãos públicos chegaram a dar ok para a construção do shopping, e o Governo do Estado editou decreto que dava validade à obra. O último, porém, voltou atrás de sua decisão e vetou a criação do complexo dentro da Gávea.

A dívida durou quase 22 anos anos e, com juros, chegou a R$ 90 milhões. No início de 2017, o Flamengo fez um acordo e quitou o débito pagando R$ 61 milhões.

Kleber havia sido julgado em dezembro de 2017, pelo Conselho de Administração. Na oportunidade, votaram a exclusão do ex-presidente do quadro social do Flamengo, mas esta não foi consolidada. Quarenta e um conselheiros votaram pela permanência de Kleber contra 21 favoráveis à expulsão.

Entenda o caso

A disputa judicial entre Flamengo e Consórcio Plaza se arrasta desde 2002 nos tribunais. O problema começou em 1996, quando Kleber Leite era o presidente do Flamengo. O montante se refere a uma dívida, que o clube não reconhecia, contraída com recebimento de R$ 6 milhões feito junto ao consórcio, que arrendaria a Gávea por 25 anos para a construção de um shopping.

O empreendimento não saiu do papel e a verba já havia sido aplicada na contratação de Edmundo, e o caso passou a ser contestado na Justiça. Com o passar dos anos, a dívida se multiplicou e hoje, de acordo com cálculos do clube, passou de R$ 90 milhões. Em abril de 2016, o Conselho Deliberativo aprovou acordo de pagamento de R$ 61 milhões ao grupo Multiplan, do Consórcio Plaza, para encerrar o caso.