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(Foto: Reprodução / Mr. Robot)

A série americana Mr. Robot (2015) que futuramente estará na sua terceira temporada, trata da cultura hacker e do hacktivismo. O protagonista Elliot (Rami Malek) trabalha durante o dia na empresa de segurança cibernética Allsafe Cybersecurity e à noite é um hacker vigilante. Vamos focar nossa análise no primeiro episódio da série (sem spoilers), que apresenta as ideias a serem trabalhadas no decorrer da história como a relação do protagonista com o grupo hacker Fsociety, seus problemas mentais e suas relações interpessoais. Mas o principal direcionamento é tratar da representação da cultura hacker na figura do protagonista Elliot.

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(Foto: Reprodução / Mr. Robot)

Durante boa parte do episódio, Elliot hackeia outras pessoas para descobrir seus segredos e consequentemente impedi-las  de fazer mal para outros ou para seu próprio interesse pessoal. E além disso, o protagonista é uma figura solitária e que se encaixa no arquétipo de hacker. O significado traduzido por Sérgio Amadeu e que está no texto exemplifica bem a discussão: A definição original de hacker era a de “um programador de computador talentoso que poderia resolver qualquer problema muito rapidamente, de modo inovador e utilizando meios não convencionais” (AMADEU, 2010). Esse elemento está bastante presente na construção do protagonista, que é antissocial e tem problemas psicológicos, mas é muito inteligente e capaz de decifrar códigos complexos. A dualidade de Elliot que ao mesmo tempo protege os clientes de sua empresa e age como vigilante é muito conflitante. Em determinado momento do episódio, Elliot consegue impedir a invasão no sistema da Evil Corp (principal cliente de sua empresa), posteriormente descobrimos que ele tem um problema com essa empresa e vai querer destruí-la. Esse é  o principal mote da primeira temporada.

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(Foto: Reprodução / Mr. Robot)

Outro elemento presente no episódio é o hacktivismo. O texto tem uma definição dada por Amadeu que é de Alexandra Samuel :“… é o uso não violento, legal ou ilegal, de ferramentas digitais para perseguir finalidades políticas” Alexandra Whitney Samuel (2004, p. 2) . O grupo Fsociety que procura recrutar Elliot é um exemplo de hacktivismo, seu líder persegue o protagonista até finalmente conseguir convencê-lo a ir até o local em que se reúnem. O principal objetivo do grupo é a destruição da E Corp (Evil Corp). Essa atitude é radical, mas representa boa parte dos ideais de alguns hackers que não confiam no governo e nas grandes corporações. Essa pequena inserção do grupo no primeiro episódio joga o protagonista no olho do furacão e vai movimentar toda a trama da temporada.

A cultura hacker está bem presente na narrativa do episódio e foi o diferencial principalmente pelos diálogos entre os personagens que trazem palavras e termos usados por programadores. Nunca facilitando para o espectador, a série instiga o público a procurar conhecer o significado dos termos e decifrar os mistérios inseridos no episódio de estreia.

Links complementares à leitura:

https://jornaldoempreendedor.com.br/destaques/gestao-empreendedorismo/hacktivismo-a-historia-dos-revolucionarios-modernos/. Acesso em 3 de fevereiro de 2017

https://www.tecmundo.com.br/seguranca/10970-ddos-como-funciona-um-ataque-distribuido-por-negacao-de-servico.htm. Acesso em 3 de fevereiro de 2017

http://proddigital.com.br/tecnologia/tipos-de-hackers-diferentes-tecnicas-de-hacking/.Acesso em 3 de fevereiro de 2017

http://iq.intel.com.br/o-hacktivismo-e-o-antidoto-para-apatia/. Acesso em 4 de fevereiro de 2017

Referências:

Amadeu, S. Ciberativismo, cultura hacker e o individualismo colaborativo. REVISTA USP, São Paulo, n.86, p. 28-39, 32 junho/agosto 2010.

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