Os produtos importados estão cada vez mais caros. Já foi o tempo que valia esperar meses por uma encomenda. Na quarta-feira (29), os Correios anunciaram uma cobrança de R$ 15 por encomenda importada, o que deve aumentar o custo para o consumidor. Sem contar o dólar, que está nas alturas.
Com a nova taxa, a empresa pode arrecadar até R$ 90 milhões ao mês com a nova cobrança. Carlos Roberto Fortner, presidente da Estatal, afirmou que o dinheiro será usado para melhorias nos serviços prestados aos clientes.
Claro, a nova cobrança não agradou. As pessoas reclamaram nas redes sociais e algumas instituições já se pronunciaram como o Procon do Rio de Janeiro que instaurou uma investigação preliminar e pede que os Correios se pronunciem sobre a cobrança. Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, também pede esclarecimentos.
Sites e lojas online, que em outros momentos faziam a alegria dos consumidores, não são mais tão interessantes assim.
Daniel Braga, professor de finanças internacionais e câmbio da Saint Paul, observa que essa cobrança atinge as encomendas no valor de US$ 50 (compra com frete incluso), acima disso há incidência de imposto. Antes de fazer a compra, alguns pontos devem ser observados, na avaliação do professor:
“Para o consumidor não sentir tanto o impacto é melhor comprar em quantidade, não apenas um único produto e fazer contas”, diz. “Dependendo do valor da encomenda, R$ 15 pode representar 20% do valor da compra, não vale a pena. Se a compra for no cartão de crédito também tem o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38% e a cotação do dólar”.
Dólar alto: entenda qual o impacto na vida do consumidor
Para Joelson Sampaio professor do curso de Economia da FECAP a taxa tem impacto para o consumidor, mas antes das compras é preciso avaliar a cotação do dólar. “Sem dúvida, o impacto do câmbio é muito mais significativo nos preços dos produtos”.
A alta do dólar tem impacto direto no valor do importado. “O dólar deve continuar alto pelo menos até as eleições, há uma incerteza grande no cenário político, e R$ 4 deve ser o patamar até o fim do ano”, afirma Braga.
Dica
Antes de fazer uma compra de produtos importados faça contas. “Alguns, mesmo com a alta do dólar, ainda compensam porque a cadeia de impostos no Brasil é muito pesada o que encarece os produtos, vale comparar preços”, explica Braga.
Neste momento, se possível, é melhor esperar antes de comprar um produto em dólar. A variação cambial pode ser um problema na hora de pagar a conta.