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Irmã de Aécio Neves deixa presídio para cumprir prisão domiciliar

Andrea Neves deixou complexo penitenciário abaixada e com a cabeça coberta Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo*

22/06/2017 05h49Atualizada em 22/06/2017 08h17

A irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves, deixou na madrugada desta quinta-feira (22) o Complexo Penitenciário Estevão Pinto, em Belo Horizonte (MG), para cumprir prisão domiciliar.

A partir de agora, ela será monitorada por tornozeleira eletrônica, ficando proibida de deixar o país e de entrar em contato com outros investigados.

Andrea, que estava presa desde 18 de maio, teve a prisão relaxada na terça-feira (20) por decisão da maioria dos ministros da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal)

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Segundo o advogado de Andrea, Marcelo Leonardo, ela recebeu a tornozeleira ainda na penitenciária. Em seguida, ela foi levada por policiais federais até o IML (Instituto Médico Legal) de Belo Horizonte, onde fez exames de praxe.

Após isso, os agentes a levaram para a casa onde ela foi presa anteriormente, na cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Andrea chegou ao local por volta das 3h50 da madrugada.

"Ela vai seguir o modelo comum igual para todo mundo que usa a tornozeleira [eletrônica]. Vai ficar com ela 24 horas por dia, só isso. Evidentemente, ela não vai sair de casa, porque, se sair, [o equipamento] avisa", disse Leonardo.

Andrea Neves chega ao Instituto Médico Legal após prisão, em 18 de maio Imagem: Pedro Silveira/Folhapress

Segundo as investigações da PGR (Procuradoria-Geral da República), Andrea e Aécio pediram R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, para supostamente pagar advogados de defesa do senador, agora afastado.

O diálogo em que Aécio pede o dinheiro a Joesley foi gravado secretamente pelo empresário, que fechou acordo de colaboração premiada.

A PF rastreou que parte desse valor foi entregue por um executivo da JBS a Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, que repassou o dinheiro a Mendherson de Souza Lima, na época assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

Andrea, Frederico e Mendherson foram presos por ordem do ministro do STF Edson Fachin. A decisão de terça, de relaxamento de prisão, também foi estendida a Frederico e Mendherson.

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O que dizem as defesas

Durante o julgamento no STF, a defesa de Mendherson afirmou que a prisão preventiva dele seria desnecessária e “desproporcional” neste momento do processo, pois a Procuradoria já ofereceu denúncia no processo e ele tem colaborado com a Justiça.

O advogado de Aécio, Alberto Zacharias Toron, afirmou, em nota, que a defesa do senador “refuta integralmente” o teor da denúncia e disse ver uma “inexplicável pressa” da PGR em apresentar a acusação, oferecida antes de o senador ser ouvido para prestar esclarecimentos.

“A principal prova acusatória da suposta corrupção é a gravação feita por um então aspirante a delator que, além de se encontrar na perícia para comprovação da autenticidade e integridade, retrata uma conversa privada, dolosamente manipulada e conduzida pelo delator para obter os incríveis e sem precedentes benefícios”, diz Toron.

O advogado diz que o diálogo não indica suspeitas de nenhum crime e que os próprios delatores da JBS afirmam não ter sido beneficiados pela atuação de Aécio no Senado.

Leonardo ( advogado de Andrea) também afirmou que ela apenas ofereceu a venda de um imóvel ao empresário da JBS. A defesa diz ainda que durante a gestão do tucano no governo de Minas Gerais não houve a concessão de benefícios fiscais à JBS.

A defesa de Frederico, que devolveu à PF o dinheiro que ele pegou com a JBS, alega que, com o ato, o primo do senador não tem mais razão para permanecer em prisão preventiva. Os advogados dizem também que o investigado prestará todos os esclarecimentos sobre o caso quando seu depoimento for requerido.

*Com colaboração de Rayder Bragon, em Belo Horizonte

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