Os casais Paulo Jardel e Bruna (no alto) e Antônio Sérgio e FláviaFotos de Reprodução
Por O Dia
Publicado 08/11/2018 10:29 | Atualizado 08/11/2018 10:42

Rio - A Policia Civil do Rio faz nesta quinta-feira a "Operação Eros", contra um casal em Maricá, na Região Metropolitana, que mantinha um site onde eram vendidos medicamentos de uso controlado e proibidos. Ação conta com o apoio da Polícia Civil do Paraná, onde um coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo e uma mulher, que forneciam os remédios, foram presos em um condomínio de luxo. 

A ação foi resultado das investigações da 78ª DP (Fonseca) e os envolvidos são responder por tráfico de drogas — já que alguns remédios são proibidos pela Anvisa e classificados como droga, crimes contra a saúde pública e lavagem de dinheiro.

Em Maricá os agentes da delegacia do Fonseca prenderam Bruna Medeiros Boechat e Paulo Jardel Cavalcante Espíndola.  A ação contou com o apoio de agentes da 82ª DP (Maricá), Policiais Militares do 12º BPM (Niterói), e da Guarda Civil Municipal de Niterói, que viabilizou a captura segura dos cães existentes na residência do casal. Uma equipe de peritos criminais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) também participou da operação visando dinamizar os exames periciais necessários. 

A investigação identificou os responsáveis pelo mais famoso e antigo site brasileiro de venda de medicamentos de uso controlado e/ou proibido, onde eram anunciados indiscriminadamente remédios como Cytotec (abortivo proibido no Brasil), Rivotril (ansiolítico de venda controlada), Ritalina (usada no doping intelectual dos concurseiros), Rohypnol (droga usada, por exemplo, no golpe do 'boa noite, Cinderela'), Pramil (estimulante sexual de venda proibida no Brasil), Anfepramona (rebite usado pelos caminhoneiros) além de uma grande variedade de inibidores de apetite, anfetaminas, anabolizantes, antibióticos, etc. No ar desde 2006, o site comercializava medicamentos para clientes de todo o território nacional. As encomendas eram postadas nas agências dos Correios de Niterói.

Parte desses medicamentos estão listados na Portaria 344/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo considerada droga, segundo a Lei 11.343/06, sujeitando os envolvidos no seu comércio a responderem pelo crime de tráfico de drogas, com pena que varia de 5 a 15 anos de reclusão. Outra parte exige prescrição médica e autorização especial da Anvisa para sua comercialização, submetendo os infratores ao Art. 273 do Código Penal, que prevê penas de 10 a 15 anos de reclusão.

As identificações dos envolvidos foram possíveis através de interceptação telefônica, quebra de sigilo fiscal e bancário, vigilância e ações controladas, chegando até o casal de Maricá como responsável pelo site. De Foz de Iguaçu, Flávia Conceição Ermácota e o coronel da reserva da PM de São Paulo Antônio Sergio Marsola forneciam os medicamentos e drogas para o casal de Maricá. Foram também interceptadas encomendas postais dos alvos, documentadas e depois liberadas para seguirem normalmente o seu destino para após fazer o flagrante.

Coronel da reserva da PM de São Paulo Antônio Sergio Marsola e Flávia Conceição Ermácota forneciam os medicamentos para o casal de Maricá, segundo a políciaReprodução

Durante as investigações também foi preso Bruno Sérgio Honorato de Paula, no Centro do Rio. Ele foi flagrado perto da Rua Uruguaiana em posse de medicamentos de uso proibido e controlado que seriam entregues a clientes. Na casa de Bruno, Campo Grande, na Zona Oeste, os agentes apreenderam quase mil caixas de outros medicamentos. A polícia estima que o casal de Maricá movimentava mais de R$ 150 mil por mês com o comércio ilegal de medicamentos e drogas. Parte dos lucros que obtinham com a atividade ilícita eram investidos na aquisição de imóveis, onde o valor de compra era normalmente subfaturado servindo como lavagem de dinheiro. O casal também promovia a ocultação de parte do seu patrimônio mantendo alguns bens, como veículos, em nome de terceiros.

Na ação de hoje os agentes da 78ª DP também cumprem o sequestro judicial de três imóveis, cinco contas bancárias e dois carros que pertencem aos alvos.

Coronel preso coordena segurança da Usina de Itaipu

O coronel da reserva da PM de São Paulo preso apontado como o fornecedor de medicamentos ao casal de Maricá é o atual coordenador de segurança da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Ele também já ocupou o cargo de chefe de Gabinete da Prefeitura de Bauru, no estado de São Paulo, na gestão do Prefeito Nilson Costa (PTB). Ele, inclusive, concorreu ao cargo de prefeito da mesma cidade pelo PPS nas eleições de 2004.

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