RIO e BRASÍLIA — Intitulado "300 do Brasil", o movimento liderado pela blogueira
Sara Winter
, investigada no inquérito contra fake news que tramita no STF, não reuniu nem 30 pessoas durante protesto realizado em Brasília na madrugada deste domingo (31).
Com máscaras (teve até a do personagem Jason, da franquia de terror), tochas e roupas pretas, os manifestantes pró-Bolsonaro (alguns com a bandeira brasileira nas costas) marcharam pela Esplanada e se posicionaram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) com uma faixa escrita "300" (ao contrário). O alvo foi o ministro
Alexandre de Moraes
, relator do inquérito das fake news.
Em relação ao nome, atribui-se à referência ao filme "Os 300 de Esparta", inspirado pela famosa batalha de Termópilas, entre gregos e persas, durante as chamadas Guerras Médicas.
Entre as palavras de ordem, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro gritavam "Viemos cobrar, o STF não vai nos calar", "Ministro covarde, queremos liberdade" e "Careca drogado, Alexandre descarado".
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro usou as redes sociais para criticar o protesto. "Tão loucos mas, ainda bem, tão poucos. O único inverno chegando é o das quatro estações", escreveu Moro.
A mensagem do ex-ministro foi publicada no mesmo dia em que um novo protesto ocorre na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde fica a sede do Supremo. Manifestantes ocupavam a Esplanada dos Ministérios em carreata e carregavam faixas contra o que consideram "censura" do STF. Alguns também defendiam a intervenção militar.
Nas redes, as imagens foram comparadas ao grupo supremacista americano Ku Klux Klan, também conhecido por usar tochas e máscaras. O assunto é um dos mais comentados no Twitter neste domingo.
Numa rede social (onde ela se define como "analista política"), Sara Winter — que teve breve passagem pelo Ministério dos Direitos Humanos, cuja titular é Damares Alves — respondeu a Sergio Moro:
"Sergio Moro, seja homem e não me mande indiretas. De homens frouxo me perturbando já basta o Alexandre de Moraes".
E ainda informou que vai processar quem a insultar na web.
"Tenho quatro advogados trabalhando fervorosamente para processar cada um que me imputa a alcunha de n@zista, fascista e outros insultos. Amanhã todos os prints com URL estarão na frente do tabelião para constituir ata notarial."
O acampamento chamado "Os 300 do Brasil", do qual Sara Winter é líder, tem participantes armados, contudo, o porte de armas em manifestações é proibido pela Constituição.