Cultura Violência sexual

Brigitte Bardot chama movimento de atrizes de Hollywood de 'hipócrita e ridículo'

Francesa lenda do cinema criticou o #MeToo
Bardot afirmou que nunca foi assediada sexualmente Foto: ERIC FEFERBERG / AFP
Bardot afirmou que nunca foi assediada sexualmente Foto: ERIC FEFERBERG / AFP

RIO — Após um grupo de francesas encabeçadas pela atriz Catherine Deneuve escrever um texto rechaçando os recentes movimentos de mulheres denunciando assédio sexual em Hollywood , foi a vez de Brigitte Bardot partir para o ataque. A lenda do cinema criticou o #MeToo, que vem denunciando uma série de abusos sexuais na indústria cinematográfica.

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Em entrevista à revista "Paris Match", Bardot disse que a "grande maioria" das atrizes que vem denunciando casos de assédio estão sendo "hipócritas e ridículas".

— Muitas atrizes tentam seduzir produtores para conseguir um papel. Depois, quando vão falar sobre o caso, dizem que foram assediadas — disse a atriz à "Paris Match".

Bardot, símbolo sexual da época, em visita ao Rio em 1964 Foto: Infoglobo
Bardot, símbolo sexual da época, em visita ao Rio em 1964 Foto: Infoglobo

Símbolo sexual dos anos 1950 e 1960, Bardot afirma que nunca sofreu assédio. A francesa de 83 anos diz que sempre achou "charmoso" quando um homem a chamava de linda ou dizia que ela tinha "uma bundinha linda".

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Esta não é a primeira vez que Bardot fez comentários controversos. Ela já criticou a imigração e o islamismo na França, o que lhe rendeu cinco multas por incitar ódio racial. A artista apoiou ainda a Frente Nacional, partido político da extrema-direita francesa.

Brigitte Bardot deixou o mundo do cinema em 1973 para se dedicar ao ativismo pelos direitos dos animais.

DEFESA DO DIREITO DO HOMEM 'IMPORTUNAR'

Na semana passada, escritoras, jornalistas e atrizes francesas, entre elas Catherine Deneuve, publicaram um artigo no "Le Monde" rechaçando o "puritanismo" que, segundo elas, se instalou após as acusações contra Weinstein.


A atriz Catherine Deneuve Foto: Anne-Christine Poujoulat / AFP
A atriz Catherine Deneuve Foto: Anne-Christine Poujoulat / AFP

Embora considerem "legítima" a tomada de consciência sobre a violência sexual, sobretudo no ambiente profissional, o grupo avalia que o movimento obriga a se posicionar de certa forma e taxa de "traidores e cúmplices" quem se nega a seguir as diretrizes.

"O estupro é um crime. Mas a paquera insistente ou desajeitada não é delito, nem é o galanteio uma agressão machista.", escreveu o coletivo de francesas que defendeu ainda a liberdade dos homens "de importunar" as mulheres.