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General com fama de linha dura vai mapear esquema de segurança no Rio

Carlos Alberto dos Santos Cruz chega à cidade nesta quinta-feira
O general-de-divisão da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
O general-de-divisão da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo

RIO - Escolhido pelo governo federal para conversar com as autoridades de segurança pública do Rio, o general-de-divisão da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 65 anos, tem fama de ser um militar linha dura. Ele assumiu a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) no último dia 20 de abril depois de ser escolhido pelo ministro da Justiça Osmar José Serraglio.

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O general tem na bagagem o comando de uma operação única na República Democrática do Congo: foi mandado para lá em abril de 2013 para caçar, prender e matar aqueles que o Conselho de Segurança da ONU considerava inimigos. Pela primeira vez, desde 1948, a ONU alterava o conceito de manutenção da paz para imposição da paz.

No Congo, à frente de 22 mil homens de 20 diferentes países e com um orçamento de US$ 1,5 bilhão, foi bem-sucedido. Segundo militares ouvidos ontem pelo GLOBO, o general foi lembrado pela ONU para atuar na África depois de outra operação espinhosa, desta vez no Haiti. No comando de 12 mil homens, foi mandado para lá em 2006 e ficou até 2009. Sua missão: tomar a favela Cité Soleil, um enclave de criminosos em Porto Príncipe, a capital do país. Foram quase dois dias de batalha, com baixas civis duramente criticadas por organizações humanitárias.

Segundo o Ministério da Justiça, o general está sendo enviado ao Rio para mapear a situação do estado e traçar um diagnóstico da segurança pública. Ontem, um dia após o Rio se tornar refém de uma guerra entre traficantes na Cidade Alta, em Cordovil, o Ministério da Justiça decidiu enviar, num primeiro momento, cem agentes da Força Nacional de Segurança e cem da Polícia Rodoviária Federal para o estado .

O general Santos Cruz é formado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e iniciou sua carreira militar em 1968, ao ingressar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), onde concluiu o curso em 1970. Cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), tendo sido declarado aspirante a oficial de Infantaria em 1974. Desde então desenvolveu uma extensa carreira.

Atingiu o posto de general de divisão de março de 2009 e no retorno ao Brasil, foi comandante da 2ª Divisão de Exército e subcomandante do Comando de Operações Terrestres. Passou para a reserva em novembro de 2012. Em seguida tornou-se assessor especial do Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.