Saúde Febre amarela

Com vírus em áreas densamente povoadas, campanha tenta evitar nova explosão da febre amarela

Ministério diz que é preciso uma ‘ação rápida e eficaz’ para evitar óbitos

BRASÍLIA — A campanha de vacinação emergencial do governo contra a febre amarela silvestre tem como objetivo evitar uma explosão doença no Brasil, como se viu no primeiro semestre do ano passado, quando foram registrados 777 casos e 261 mortes. Se a imunização planejada não for eficiente, há risco de um surto ainda maior, aponta Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

— O vírus agora entrou numa área com elevada densidade populacional. Se não fizermos uma ação rápida e eficaz, possivelmente poderemos, sim, ter um número muito maior de casos e óbitos — afirma Carla.

Ela explica que o primeiro semestre do ano é quando se registra aumento da transmissão da febre amarela silvestre. As condições climáticas são favoráveis à reprodução dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, vetores do vírus, entre outros fatores. No segundo semestre, os números tendem a diminuir.

De julho de 2017 a 8 de janeiro, por exemplo, foram confirmados 11 casos no país: oito em São Paulo, um no Rio, um em Minas Gerais e um no Distrito federal. Desse total, quatro vítimas morreram, sendo duas em São Paulo, uma em Minas e uma no DF. Há ainda 92 notificações em investigação.

O anúncio da vacinação em três estados com fracionamento de dose, protocolo adotado pela primeira vez no Brasil, ocorreu quatro meses após o governo ter anunciado o fim do surto de febre amarela, em setembro. Ricardo Barros disse que a declaração do fim da emergência seguiu os parâmetros adequados.

— Declaramos o fim daquele episódio porque 90 dias se sucederam sem nenhum caso suspeito. E a regra é essa. Como (a febre amarela) é sazonal, todo ano teremos essa questão. Quando terminarmos mais 90 dias sem casos suspeitos, declararemos de novo o fim deste novo processo — disse o ministro.