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Startups

As empresas devem se inspirar na natureza para criar produtos

Em painel promovido pela Globo News, especialistas em biomimética explicam por que as empresas devem buscar inspiração na natureza

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Filipe Oliveira
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Palestrantes do painel debatem sobre o uso da natureza no processo de inovação (Foto: Filipe Oliveira)

A natureza é uma fonte de inspiração para  a criação de produtos. Foi com essa afirmação que Giane Brocco, fundadora do Biomimicry Brasil, começou sua participação no Prisma Globo News, festival de empreendedorismo e inovação que acontece neste sábado (2/9), em São Paulo.

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Ao lado de outros especialistas em biomimética, a palestrante debateu, em um painel mediado pela jornalista Bete Pacheco, como a natureza pode ser usada para aumentar a funcionalidade de produtos e tecnologias; e ser uma fonte de inspiração na na hora de criar, produzir e projetar coisas novas. 

Para mostrar como empreendedores podem buscar inspiração na natureza, a especialista cita o exemplo de uma empresa alemã que criou um vidro para diminuir a morte de pássaros.

“Eles criaram um vidro que reproduz os filmaentos de uma teia de aranha. Para nós, é transparente. Mas para os passáros parece mesmo uma teia. Assim, eles conseguem enxergar os vidros e não colidem”, diz.

Outro exemplo de como olhar para a natureza pode ser importante na solução de problemas foi explicado por Ana Carolina Freitas, designer multidisciplinar e biomimeticista. “Se pensarmos em colmeias, podemos criar habitações que tenham espaço sem ocupar muito espaço. A colmeia abriga milhares de seres e eles convivem em sociedade com papéis perfeitos. Já pensou algo do tipo para São Paulo?”, diz Ana.

Tanto Ana quanto Giane acreditam que os empresários deviam agir como uma floresta: pensando no desenvolvimento e não apenas na concorrência.

“A natureza está pautada em um sistema de inovação e colaboração de três milhões de anos. Enquanto a gente cria algo para romper o nosso concorrente, a natureza cria algo que colabora para todo mundo, inclusive com o concorrente”, explica Ana. “Temos que começar a olhar para a inteligencia desses organismos que nos rodeiam. Para isso, é muito importante que a gente aprenda a se reconectar com a natureza”, complementa Giane.

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Para Wilson Nobre, pesquisador do Fórum de Inovação FGV-EAESP, as startups estão executando muito bem essa tarefa e fazendo um excelente trabalho de criar novas possibilidades. “Estou extremamenteo otimista com o que está acontecendo agora. A cidade de São Paulo está em uma efervescência de empreendedorismo e startups. Isso vem da crise. Quando há uma crise na natureza, abre-se espaço para novas soluções e nós estamos vivendo isso”, afirma.

O pesquisador acredita que os pequenos negócios terão um papel fundamental no futuro do planeta. E afirma que todos nós buscaremos recursos não mais nas florestas, mas sim no lixo.  “A mineradora do futuro será a recicladora do aterro sanitário. Está tudo lá, só precisamos minerar. Cansamos de desperdiçar, de jogar fora esses materiais todos. Tem uma infinidade de materiais que nós precisamos hoje e estão lá nos aterros sanitários. Nem todos são ainda reciclados”.

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