Netflix já fatura mais que Band e RedeTV no Brasil

Crescimento do serviço no Brasil acende a questão da regulamentação

Jean Prado
Por
• Atualizado há 5 meses

Estimativas apontam que a Netflix terá um faturamento maior que R$ 500 milhões até o final do ano, apenas no Brasil. O valor, segundo o UOL, é superior ao obtido por grandes emissoras de televisão, como Band e RedeTV.

Tais números se juntam à estimativa de 2,5 milhões de assinantes, feita pela Bloomberg, que o serviço tem no Brasil. Esse número chega a 65 milhões ao redor do mundo, sendo 42 milhões nos Estados Unidos.

Mas executivos de canais pagos chegam a estimar que o serviço, na verdade, tem mais de 4 milhões de assinaturas no país e pode faturar cerca de R$ 1 bilhão, próximo do que o SBT, a segunda maior emissora aberta do país, ganha. Só para você ter uma ideia, se a Netflix fosse uma operadora de TV paga, estaria abaixo apenas da NET e Sky.

Com o rápido crescimento da Netflix, questões de regulamentação também miram o serviço. Desde o começo do ano, a Ancine (Agência Nacional do Cinema) quer estabelecer uma cota para mais filmes e séries produzidas no Brasil aparecerem por lá, mas a regulamentação não avançou. Enquanto isso, a empresa já confirmou a 3%, uma série original totalmente brasileira.

netflix-home

A falta de regulamentação gera reclamações entre as operadoras de TV paga, que reclamam que o serviço leva vantagem competitiva por não pagar os mesmos impostos. O ICMS, acréscimo de 10% sobre o valor da mensalidade, que tem valor estimado de R$ 50 a 100 milhões, não é pago pela Netflix. A empresa também é isenta da taxa Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), estimada em R$ 9 milhões.

A Ancine, além de planejar criar uma cota para produções nacionais, quer regulamentar a Netflix e outros serviços OTT (over the top), como o iTunes. Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), também declarou que a Netflix pode vir a ser uma ameaça à TV paga se continuar desregulamentada. “Não temos nada contra a Netflix. Mas apelamos ao governo para que haja uma isonomia tributária”, acrescentou.

A assessoria de imprensa da Netflix declarou que o serviço paga todos os impostos que lhe são devidos. Sobre a Condecine, a empresa informou que aguarda “para trabalhar com a Ancine enquanto eles discutem sobre os serviços de VOD [vídeo sob demanda] e OTT”.

Receba mais sobre Netflix na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

Canal Exclusivo

Relacionados