Em carta ao conselho, maior acionista da Oi defende troca de comando

Por Rodrigo Carro, Valor — Rio


Autor — Foto: Reprodução/Facebook/Oi

(Atualizada às 13h58) - Maior acionista da Oi, com uma fatia de 14,57% do capital social, a gestora GoldenTree Asset Management enviou carta ao conselho de administração da operadora em que defende a troca do diretor-presidente da companhia, Eurico Teles, por um executivo capaz de “implementar totalmente a recuperação operacional da empresa e buscar as oportunidades de valor agregado descritas pela empresa no plano estratégico recém divulgado no mercado.”

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Na carta, com data da última sexta-feira, o acionista diz temer que “o futuro a longo prazo da companhia esteja seriamente comprometido por causa de decisões ruins, do desempenho financeiro e operacional decepcionante e da incapacidade de aplicar importantes princípios de governança corporativa consagrados no plano de recuperação judicial.”

A GoldenTree, no entanto, frisa que os problemas podem ser resolvidos com a troca de comando e destaca que plano de recuperação dá o direito “ao conselho independente permanente de substituir livremente a gestão existente, especificamente no caso dos cargos de CEO e CFO [diretor financeiro].”

Ao longo da carta, a GoldenTree destaca seu “apoio e confiança” na Oi durante o que qualifica como os “momentos mais difíceis” da operadora. Mas frisa que, desde a aprovação do plano de recuperação judicial, a empresa tem apresentado um desempenho ruim em todas as métricas financeiras importantes.

A gestora estaria disposta até a injetar mais recursos na companhia, mas somente se houver troca de comando, caso as vendas de ativos não-essenciais da Oi não se concretizem.

 “Apesar do otimismo expresso pela administração [a respeito da venda de ativos não essenciais], há uma preocupação significativa com a liquidez da companhia”, diz a GoldenTree na carta. “Se as vendas de ativos não se concretizarem, consideraríamos fornecer liquidez adicional, mas isto não é uma opção para nós sob comando da equipe de gestão existente”, ressalta.

Para o acionista, “o ceticismo em relação à capacidade da equipe de gerenciamento de implementar o plano estratégico se estende à alienação de ativos não-essenciais”. A GoldenTree sustenta que não houve progresso tangível nas negociações para venda de ativos, como a participação da Oi na operadora angolana Unitel. A venda de parte da Unitel pode render cerca de US$ 1 bilhão à Oi.

“Na verdade, acreditamos que todos os stakeholders [partes interessadas] da companhia esperam que a empresa nomeie imediatamente um CEO com experiência operacional para supervisionar e implementar o plano estratégico, e estamos decepcionados por isso não ter ocorrido”, frisa a GoldenTree no documento.

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