Um dos setores mais relevantes para o desenvolvimento econômico e o emprego no Brasil, o de têxtil e confecção, está sendo fortemente impactado pela crise do coronavírus, com vendas mais de 90% paradas nesta fase de isolamento social.

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Para chamar a atenção dos brasileiros para esse problema enfrentado por uma indústria que gera cerca de 10 milhões de empregos diretos e indiretos no país e quase 160 mil diretos no Estado, entidades como o Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) lançaram neste domingo (05-04) o movimento #EuVistoBrasil. A intenção é mostrar ao consumidor que cada vez que ele adquire um produto de moda feito no país está ajudando a manter e desenvolver essa cadeia produtiva têxtil que é a mais completa do ocidente e tem impacto social elevado.

A campanha foi criada voluntariamente pela Agência D/Araújo, de Florianópolis, a partir de sugestão do SCMC que imediatamente ganhou a adesão da Abit, com apoio presidente da entidade, Fernando Pimenttel. Foi lançado o vídeo da campanha nas redes sociais que logo repercutiu acima do esperado, afirmou o publicitário Daniel Eduardo de Araújo, responsável pela campanha.

– A ideia surgiu a partir de discussões do SCMC de como estimular os consumidores do país a comprar produtos nacionais – explicou Araújo.

A página virtual da campanha, euvistobrasil.com contém um manifesto em defesa do setor.

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– Não importa quais as cores e crenças você escolha. Aqui importa apenas o orgulho que sentimos do nosso país e a escolha consciente de apoiar marcas e produtos brasileiros. Porque ao fazer isso, estamos ajudando a recuperar a economia e apoiando o bem-estar de milhões de famílias brasileiras. Gente como você, que ama este país. Que não desiste dos seus sonhos e dos seus ideais – trabalha para alcançar – diz uma parte do manifesto.

Segundo a Abit, em 2018 o setor produziu cerca de 8,9 bilhões de peças, oferecia 1,5 milhão de postos de trabalho diretos e 8 milhões de indiretos, dos quais 75% eram para mulheres. No Brasil, a indústria têxtil e de confecções é a segunda maior empregadora, atrás apenas do setor de alimentos e bebidas juntos.

Em Santa Catarina, o setor de moda – têxtil e confecções – é o maior empregador da indústria de transformação. Segundo dados do Observatório Fiesc, em 2018, oferecia 159,6 mil empregos diretos (21% do total da indústria) em 9.042 estabelecimentos, número de vagas que cresce algumas vezes considerando os postos de trabalho indiretos. O setor, no mesmo ano, obteve R$ 22,8 bilhões de valor bruto de produção (15,6% do total do Estado), exportou 2,4% e importou US$ 1,59 bilhão, 9,7% do total da indústria de SC.

Segundo os organizadores, o movimento #EuVistoBrasil é aberto a todos sensíveis à causa de valorizar os produtos feitos no pais. A campanha usa imagens da Abit que cedeu para a produção do vídeo.

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Entre as lideranças do setor de moda que articularam o movimento em Santa Catarina estão o presidente da Câmara da Indústria da moda da Fiesc e CEO da Audaces, Claudio Grando; o CEO da Tecnoblu e conselheiro da Abit Cristiano Buerger; o vice-presidente do Grupo Pasquini Delton Batista; o diretor de marketing da Altenburg, Tiago Altenburg; gestora da Fundação Herman Hering, Amélia Malheiros; o diretor de Operações da Fakini Malhas, Francis Fachini e o diretor de Marketing da Linhas Círculo, Osni Júnior.

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