Escultura Romana

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual

A escultura romana foi uma manifestação artística extremamente significativa na civilização da Roma Antiga.

Pode-se dizer que constitui a mistura da perfeição clássica com características do realismo e estilos do Oriente, que foram traduzidas em peças de pedra e bronze de inigualável beleza.

Assim como ocorreu na pintura, os romanos também sofreram influência grega na escultura, mas evoluíram para um estilo próprio quando passaram a dominar o mundo.

escultura romana deusa pax
Escultura romana. Fragmento do Altar da Paz, dedicado à deusa Pax

Os escultores romanos trabalharam a pedra, metais preciosos, vidro e terracota. Entretanto, seu traço marcante está mesmo no bronze e no mármore. Este último domina a maioria das obras de arte.

Características da escultura romana

  • forte influência da arte grega e etrusca, mas com elementos próprios romanos;
  • representações realistas, e não de um ideal de beleza;
  • muitas obras são uma fusão entre arquitetura e escultura;
  • representações de feitos do Império Romano em monumentos.
detalhe da coluna de marco aurelio
Detalhe da Coluna de Marco Aurélio, executada entre 180 a 193 d.C. Altura do friso 130 cm

Cópias romana de esculturas da Grécia

Sob a influência grega e helenística, na escultura romana eram muito comuns as cópias.

O resultado de tais reproduções dependia da habilidade do escultor. Havia uma escola de ofício para cópias em Atenas e em Roma. Entre os diretores estavam Paiteles, Archesilaos, Evander, Glykon e Apollonios.

Entre os exemplos de cópias estão as estátuas gregas de Orestes e Elektra, talhadas no fim do século I a.C. Era hábito dos romanos produzir cópias em miniatura de originais gregos, muitas vezes de bronze.

escultura romana
A escultura grega de Orestes e Elektra era reproduzida em miniatura. À direita, detalhe da obra

Em meados do século I d.C., os artistas romanos procuram uma identidade própria, impulsionados pelas conquistas do Império Romano. Em esculturas maciças de bronze são vistas as estátuas de imperadores, deuses e heróis.

Os pesquisadores costumam dizer que há dois mercados distintos para a escultura romana.

O primeiro é aristocrático, voltado à classe dominante, com esculturas mais clássicas e idealistas. O segundo é provincial, direcionado à classe média, mais naturalista e com um tipo classificado como emocional.

Assim como os gregos, os romanos também gostavam de representar seus deuses em estátuas. E esse costume não foi mudado quando os imperadores começaram a se comparar a deuses e reclamaram a divindade.

Estátua de Augusto de Prima Porta

Os imperadores eram retratados em estátuas imponentes e com postura de autoridade, exibidos como verdadeiros deuses.

Um exemplo está na estátua de Augusto de Prima Porta, o primeiro imperador romano. Produzida por volta de 19 a.C., o escultor buscou retratar as feições reais dessa personalidade. A estátua também foi ornamentada com vestimentas romanas e seu braço aponta firmemente ao horizonte, como se dirigisse seus súditos.

Menos imponentes eram as estátuas dos espíritos que protegiam as casas, normalmente figuras de cabelos longos vestindo túnicas e sandálias talhadas em bronze.

estátua de augusto
Escultura do primeiro imperador romano, Augusto de Prima Porta

Realismo na escultura romana

O busto humano está entre os elementos que diferenciam a escultura romana das demais artes.

O realismo é o traço principal dos escultores, com detalhes de cicatrizes, envelhecimento da pele e demonstrações dos efeitos do tempo, como as rugas.

As esculturas romanas ganharam notoriedade por meio das grandes estátuas de imperadores, deuses e heróis. São exemplos a estátua de bronze de Marco Aurélio a cavalo (com 3,53 m de altura) e a estátua de Constantino I, ambas expostas no Museu Capitolino de Roma.

escultura romana
Escultura romana de Constantino I

Arquitetura Romana

Outro traço da imponência e do realismo romano é encontrado na arquitetura. Edifícios inteiros celebravam vitórias nas campanhas militares e o domínio sobre o mundo. Esse é o caso do Arco de Constantino, edificado em Roma no século 315 d.C.

arco constantino
O Arco Constantino demonstrava a superioridade na guerra

Constantino I derrotou e escravizou povos bárbaros e seus arcos demonstram a superioridade de Roma. O mesmo ocorre com as colunas de Trajano, de 113 d.C., que revelam um imperador meticulosamente preparado e uma personalidade inspiradora para as suas tropas.

Esta é uma marca diferenciadora da arte romana com relação à grega; enquanto a romana caracterizava-se pelo realismo, a grega fazia uso da mitologia para retratar as suas vitórias.

Escultura Funerária Romana

sarcófago romano
Sarcófago de Husillos, de meados do século II d.C.

Os bustos e as lápides foram também muito comuns na escultura romana. Tanto retratavam o falecido individualmente como acompanhado da sua família ou escravos.

A partir do momento em que os enterros passam a ser mais comuns do que as cremações, esta arte é desenvolvida. As lápides eram esculpidas em pedra e continham cenas da mitologia.

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Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.