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Introdução Teórica
Antena Loop de Quadro
Nova Antena Loop de Quadro Confeccionada com Fio Litz
Introdução Teórica
Figura 1 - A ntena Loop de Quadro DZ-60 - A coplamento indutivo ao receptor
As pequenas antenas de loop são definidas como loops que apresentam o total do tamanho do fio menor do que 0.15 do comprimento de onda ( 0.15 λ ).
Estas antenas loops pequenas são usada na procura de direção de transmissores de radio e na recepção regular de estacoes fracas em ondas medias, na
presença de estações interferentes fortes.
O desempenho das pequenas loops é menor do que outras antenas ( ex: dipolo de meia onda ), mas seus nulos extremamente agudos e a grande largura
de banda a tornam a escolha da antena para as faixas congestionadas. Neste caso, se está cambiando o ganho por uma melhor relação sinal-QRM. As
pequenas loops são mais utilizadas em baixas freqüências. Mesmo existindo projetos para as faixas altas das ondas curtas, e até para as faixas de VHF, o
principal uso é verificado desde VLF até a metade do espectro de HF ( basicamente 10 kHz até 8000 kHz ).
As antenas loops podem ter a a forma circular, quadrada, retangular ou octogonal. Neste estudo iremos analisar a forma quadrada porque são
relativamente fáceis de serem construídas comparadas as outras formas geométricas. A loop quadrada também apresenta desempenho muito próximo das
loops circulares de tamanho similar.
A figura abaixo mostra a antena básica loop de quadro, com os lados de tamanha "A". A profundidade "B" é o tamanho do enrolamento, tanto coplanar
como paralelo em relação ao enrolamento. No caso analisado será usado o enrolamento paralelo simples.
O ganho da antena loop é menor do que uma dipolo para a mesma freqüência, e deve-se esperar normalmente baixos níveis de tensão nos terminais de
saída para qualquer força de campo elétrico. A tensão de saída poderá ser aumentada significativamente se a antena loop for sintonizada à ressonância
através de um capacitor em paralelo à bobina que compõe a antena loop. No diagrama anterior, observamos o capacitor variável C1 utilizado para
sintonizar a antena dentro da faixa de operação desejada.
Mesmo considerando que antenas loop não sintonizadas sejam utilizadas na prática, o acréscimo na tensão de saída é aproximadamente igual ao fator "Q"
do circuito sintonizado. Valores de 50 a 100 são normalmente o "pior caso" prático para o "Q" de antenas loop, e os valores de "Q" que se aproximam a
1.000 não são impossíveis de serem obtidos.
Especialmente quando for utilizado fio Litz para a confecção da bobina da antena, ao invés do fio esmaltado simples que é normalmente utilizado nestes
projetos, devido ao custo e praticidade de montagem.
Observe abaixo no detalhe de construção da loop de quadro DZ-60, o número de voltas e o espaçamento lateral total que representa o parâmetro "B" de
profundidade. Também observe que é utilizado fio de cobre esmaltado utilizado em transformadores e motores, enrolado em uma cruzeta de madeira muito
simples de ser construída. Compõe a antena de quadro um suporte vertical também de madeira, apoiado em uma base sólida e pesada, para dar
estabilidade na antena. A antena em si, junto com seu suporte, é posicionada em cima de um prato giratório para que se possa girá-la até 360° de forma
a obter todos os ângulos possíveis na caça de emissoras ou eliminar emissoras interferentes.
Figura 3 - Detalhe da construção da indutância
As antenas loop atenuam sinais indesejados através de dois mecanismos : anular o padrão e discriminação de sintonia. Se existem sinais locais fortes
mesmo que em freqüências muito próximas do sinal desejado, então a discriminação da seletividade do circuito sintonizado auxilia a atenuação daquele
sinal. A loop aprimora a habilidade do receptor com relação a sobre carga, falta de sensibilidade, e distorção por inter modulação ( com os níveis de
potencia observados atualmente nos transmissores de radio difusão em Ondas Médias, isto pode ser um significativo ganho em desempenho ).
Algumas antenas são desenhadas como transformadores, e apresentam um loop de acoplamento de baixa impedância ao longo da antena loop. Para loops
em ondas medias, o enrolamento de acoplamento pode ser de apenas um volta, ao lado da bobina da antena loop, montada naturalmente no mesmo
quadro. Porém, a Loop DZ é projetada para acoplamento indutivo diretamente à antena interna de ferrite dos receptores portáteis, por isso, não utilizamos
esta técnica de acoplamento direto a entrada do receptor. Nos modelos portáteis da Sony por exemplo, ao se conectar uma antena externa para OM no
conector apropriado, o circuito de pré amplificação de RF é desligado para evitar sobre carga nos circuitos. Desta forma, seria necessário desenvolver um
circuito amplificador de RF externo para efetuar o acoplamento da antena loop caso fosse utilizada a técnica de transformador ( com um enrolamento de
acoplamento ).
O padrão de radiação azimutal ou recepção para a antena loop pequena ideal é mostrado acima. É um padrão formado pela "figura 8" com o máximo no
fim da loop, e o ponto mínimo ( nulo ) perpendicular a antena loop. Este padrão é exatamente o oposto da maioria das antenas loop grandes onde o
máximo é perpendicular ao plano da loop e o mínimo se posiciona no extremo. O nulos obtidos na pratica com a antena loop gira em torno de 20 dB relativo
ao mínimo para projetos medianos e até 40 dB para projetos bem feitos. A diretividade é função da aresta da antena, parâmetro "A" e a profundidade "B".
Observe que a antena loop deve apresentar no seu projeto o tamanho de "A" pelo menos maior que 5 vezes o tamanho de "B".
O padrão idealizado na figura 4 pode ser distorcido por interações locais com a Terra, construções, e outros objetos condutivos ou dielétricos próximos a
antena.
Figura 5 - Equação de Groover para cálculo da indutância de antenas loop de diversos formatos
A indutância da antena loop pode ser calculada através da equação acima, Figura 5. Esta equação é conhecida como Equação de Groover. Uma vez
determinada a indutância, a capacitância necessária para ressonar a antena pode ser calculada pela equação da Figura 7.
Onde :
Naturalmente, como iremos trabalhar com uma antena dentro de uma faixa de freqüências desejada, no caso de Ondas Médias de 500 kHz a 1700 kHz,
iremos utilizar capacitor variável disponíveis comercialmente, que trabalham continuamente na faixa de 5 pF a 365 pF. Logo, faremos os cálculos de
capacitância ressonante para a freqüência inferior de 500 kHz e para a freqüência superior de 1720 kHz.
Figura 7 - Cálculo do capacitor usado para ressonância
Desenvolvendo detalhadamente a formula para Loop DZ-60 na Figura 8, determinamos para os parâmetros físicos de construção da antena a indutância da
loop, que é naturalmente um valor fixo, independente da freqüência de operação.
A partir da indutância calculada, iremos calcular a capacitância necessária para tornar a antena loop ressonante na freqüência inferior das Ondas Médias,
o que determinamos através do cálculo mostrado na Figura 9 ser Ci = 369 pF, o que é um valor de capacitor variável disponível no mercado de eletrônica.
Desenvolvendo o cálculo da capacitância para a freqüência superior das Ondas Médias, 1720 kHz, determinamos o valor de 31 pF da capacitância
necessária.
Assim, no detalhe da Figura 11 abaixo, é utilizado um capacitor variável comercialmente disponível que apresenta capacitância que varia aproximadamente
entre 30 a 365 pF, o que corresponde a largura de banda desejada para operação em Ondas Médias.
Figura 11 - Detalhe do capacitor variável fabricado no Japão pela A lps - 35 - 365 pF de capacitância
Considerações Finais
Um detalhe de projeto muito importante nas antenas loops são as relações entre o numero de voltas "N" da bobina da antena , o tamanho da aresta "A"do
quadrado da antena e sua profundidade "B".
Se aumentamos o número de voltas do enrolamento da antena, aumentamos o valor da indutância, o que irá alterar o valor da capacitância ressonante
proporcionalmente, considerando que a equação da freqüência ressonante é o inverso da raiz quadrada da multiplicação do capacitor e do indutor. Logo,
para determinada freqüência, se aumentamos a indutância temos que diminuir a capacitância.
Sendo um dos objetivos principais da antena loop o ganho a ser obtido, especificamente, ampliar campo elétrico recebido da estação desejada,
precisamos analisar a equação da tensão gerada na antena loop.
Segundo a equação da Figura 11 determinante no cálculo da tensão final obtida nos terminais da antena loop, no nosso caso, obtida nos terminais do
capacitor variável, verificamos que o valor da tensão é função de :
Observamos que para aumentar a tensão gerada na antena loop, só podemos variar os paramentos de construção física "A" e "N". Porém já observamos
que ao aumentar o numero de voltas "N", iremos alterar profundamente o valor do capacitor variável necessário, o que pode trazer problemas para
aquisição deste componente.
Porém, se analisarmos com atenção esta equação, iremos observar que um pequeno aumento na ÁREA da antena loop, que é função direta do QUADRADO
da aresta da antena loop, irá aumentar muito mais o valor do parâmetro "A" do que o aumento do número de voltas "N" da bobina.
Logo, podemos determinar com base nas equações analisadas, que a otimização do ganho varia mais em função da ÁREA da antena loop do que do
número de voltas "N" da bobina da antena loop.
Conclusão, a antena loop de quadro DZ-60 apresenta a faixa de operação de 500 kHz a 1720 kHz e é acoplada através da proximidade com a antena de
ferrite do receptor portátil e pode ter seu desempenho melhorado se for utilizado fio Litz ou aumentado o valor da aresta do quadro, de forma a
aumentar a área total da antena.
Podemos aumentar o fator de qualidade "Q" da antena, se utilizarmos fio Litz na construção da antena loop.
Este fio é composto por um grande número de fios de pequeno calibre AWG, o que caracteriza menor perda elétrica das altas freqüências devido ao efeito
pelicular da corrente em freqüências altas.
No fio de cobre convencional normalmente utilizado nas antenas loop, a corrente de baixa freqüência, por exemplo, 60 Hz da rede elétrica pública, circula
próximo ao centro do fio. Porém, conforme se eleva a freqüência até a faixa de HF, ocorre um fenômeno que é chamado efeito pelicular, onde a corrente
passa a circular muito próximo à periferia do fio, deixando o seu centro sem nenhuma passagem de corrente.
O fio Litz por ser composto de até 50 fios de 38 AWG de diâmetro, otimiza a circulação da corrente, aumentando o campo elétrico e conseqüentemente
aumentando a tensão de saída da antena loop. Para obter mais informações sobre o fio Litz, detalhes de construção e de aplicação, acesse a página
Litz-
wire ou o sítio do fabricante canadense
MWS.
Foto de rolos de diversos tipos de fio Litz
A ntena Loop de Quadro 80 cm utilizando fio Litz
Para conhecer mais detalhes de construção desta antena, acesse o artigo : Loop Experiments – Antennas for the MW band DXer
Fontes