O filme que descartou Keanu Reeves, Robert Downey Jr. e Brad Pitt para ficar com irmão de astro

O trio, ainda jovem, mas cada um deles com grau diferente de experiência na profissão, fez testes para interpretar o bombeiro Brian McCaffrey em 'Cortina de Fogo' (1991), então badalada mistura de thriller com ação que continha nomes de peso atachados ao elenco, como Kurt Russell e Robert De Niro.

Confira os vídeos com as audições de Pitt, Downey Jr. e Reeves abaixo.

No final, o escolhido para interpretar o personagem foi William Baldwin, irmão mais novo de Alec Baldwin.

O motivo? O ator era mais parecido fisicamente com Russell, que faz seu irmão, também bombeiro, no filme que trata de uma série de incêndios criminosos em Chicago e que faz os dois - que não se bicam no enredo - trabalharem juntos a fim de salvar as vítimas e parar o culpado.

Outro detalhe curioso sobre a escolha do elenco e dois dos Baldwin. A primeira opção para o papel que acabou ficando com Kurt Russell era Alec, que estava em ascensão em Hollywood, declinou e indicou William para o outro personagem central.

Pelo menos, o "eleito" se dedicou de corpo e alma ao papel. Consta que Baldwin dispensou dublês (assim como Russell) em perigosas cenas de ação simulando incêndios e chegou a dormir por um mês em um corpo de bombeiros (também junto com o colega).

William Baldwin até sustentou uma carreira promissora no início dos anos 1990, estrelando longas-metragens dos quais se esperava muito, casos de 'Invasão de Privacidade', ao lado de Sharon Stone, e 'Atração Explosiva', junto de Cindy Crawford.

Mas que entregaram muito pouco tanto em bilheteria quanto crítica - Baldwin recebeu indicações ao Razzies, o Framboesa de Ouro, o Oscar reverso, com os piores do ano, por ambos trabalhos. O seu brilho de astro de cinema foi se apagando paulatinamente até não restar quase nenhuma luz no século 21.

Seus últimos papéis se restringem a telefilmes e algumas (poucas) produções independentes.

Em 2019, William Baldwin fez parte do elenco de 'Cortina de Fogo 2', sem Howard na direção, lançado diretamente para home video e detonado por crítica e público. É possível dizer que o auge da sua carreira de ator foi mesmo aos 28 anos com o primeiro 'Cortina de Fogo', que teve uma bilheteria razoável (US$ 152 milhões, resultado respeitável à época) e conseguiu três indicações técnicas ao Oscar - Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Som.

Já os "rejeitados" dispensam apresentações.

Brad Pitt tem uma das carreiras mais vitoriosas de Hollywood nas últimas três décadas. Não só como ator, pela qual inclusive só tem a agradecer um empurrãozinho do próprio William Baldwin - que deixou para ele o papel em 'Thelma & Louise' (sua primeira grande chance em Hollywood) para estrelar 'Cortina de Fogo' -, mas também como produtor com sua companhia Plan B.

Já saiu campeão de festas do Oscar por suas duas "profissões". Venceu o prêmio de Melhor Filme por ter co-produzido '12 Anos de Escravidão', em 2014, e levou a estatueta dourada de Melhor Ator Coadjuvante por sua genial atuação como o dublê (e faz-tudo) do personagem de Leonardo Di Caprio em 'Era Uma Vez em... Hollywood', em 2020.

Robert Downey Jr., por sua vez, teve uma trajetória mais acidentada, até por conta dos problemas de dependência química durante os próprios anos 1990 e começo dos 2000. Chegou a ser preso algumas vezes e foi visto dormindo na rua com ratos.

Mas a volta por cima foi triunfal, alavancada com o Homem de Ferro, da Marvel, que o fez se tornar o mais bem pago ator da história de Hollywood. Seu patrimônio pessoal é estimado em 250 milhões de dólares - 1,2 bilhão de reais pela cotação atual.

Foi finalmente coroado pela indústria cinematográfica este ano com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por 'Oppenheimer' e não vai parar por aí - está estrelando e bancando a série 'O Simpatizante', na qual interpreta múltiplos personagens, e promete muito mais.

Ele está determinado a mostrar que não é só a action figure do Tony Stark, apesar de já ter dito que não se recusaria vestir novamente a armadura do super-herói.

Já Reeves ostenta o título de "astro mais gente fina" de Hollywood por conta do seu jeito simples de levar a vida - é comum encontrá-lo no transporte público das cidades em que vive, trabalha ou passa. Isso sem falar da forma sempre respeitosa que lida com os fãs. Nos anos 1990, já tinha enfileirado uma série de produções de sucesso, como 'Caçadores de Emoção' e 'Velocidade Máxima'.

Só que em 1999 atingiu outro patamar com o seu Neo de 'Matrix', que veio de uma mãozinha dada por Will Smith, que rejeitou o papel e lhe deu de bandeja. Virou ator do primeiro time, daquele que escolhe o que vai e quando fazer.

Atualmente, investe as fichas em outra franquia de ação, 'John Wick', com resultados comerciais cada vez melhores. Está confirmado também como a voz de Shadow de 'Sonic 3'.

Enfim, Ron Howard não tem uma máquina do tempo como aquela de Doc Brown e Marty McFly da trilogia 'De Volta para o Futuro' para convencer sua versão mais nova a colocar um dos três astros em 'Cortina do Fogo'. Mas, mesmo que tivesse, era recomendável não usá-la: afinal, poderia alterar completamente o espaço-tempo do mundo do entretenimento. Imagina quantos filmões que hoje admiramos tanto perderíamos?

Confira abaixo o trailer de 'Cortina de Fogo', estrelado por William Baldwin.