tendências & subculturassexta-feira, 16 de abril de 2021

Conhecendo a moda anos 50

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Se existe um adjetivo que não pode ser usado para definir a moda anos 50 é "básico". Cheia de estilo, rebeldia e também feminilidade, a década foi marcada por uma ascensão da alta-costura, mas também por subculturas como os teddy boysrockers e beatniks

 

O boom das grifes 

 

A "Era de Ouro da Alta Costura" começou já em 1947, quando Christian Dior criou o New Look. Saudosista, o designer tinha como inspiração uma época cem anos mais cedo, o que deu origem a peças que reforçavam uma cintura marcada, busto natural e saias longas e rodadas.  

 

Porém, aquele momento muito próximo ao fim da guerra ainda pedia por racionamentos que não eram compatíveis com a quantidade de tecido necessária para se criar o New Look. Por isso, ele só passou a ser popular nos anos 50. 

 

Foi nesse período que Cristóbal Balenciaga lançou seus vestidos volumosos e queridos pelas atrizes da época, enquanto Pierre Balmain trouxe a visão de Dior para vestidos de luxo. Já Hubert de Givenchy fez ainda mais sucesso ao criar o icônico vestidinho preto usado por Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo

 

Audrey, aliás, se tornou um dos principais ícones anos 50, mesmo optando por um visual mais modesto ao estilo de Coco Chanel, que retornava à moda já com mais de setenta anos de idade, criando roupas elegantes, ainda que simples. 

Alta feminilidade 

 

Mas foi o New Look, com suas saias volumosas e cheias de anáguas, que prosperou. Além delas, os vestidos também tinham um comprimento que ia até metade das panturrilhas e eram peças frequentemente coloridas, com estampas de flores ou listras. 

 

As saias mídi voltaram a ganhar o gosto popular já em 2016, especialmente em novos tecidos como couro e lamê, como visto nos desfiles da Gucci e Fendi. Também por conta do seriado The Crown, que conta a história da rainha Elizabeth II, as roupas anos 50 continuaram em alta. Tanto Elizabeth quanto sua irmã Margareth eram consideradas ícones de beleza nos anos 50.  

 

O estilo princesa e os cocktail dresses mantinham o formato ampulheta do New Look e também defendiam uma imagem de feminilidade e fertilidade que se reforçava com o retorno das mulheres à casa, após trabalharem nas fábricas durante a guerra. Foi nessa época que o “sonho americano” prosperou. 

Rebeldes com causa 

 

E foi negando esse estilo de vida que subculturas jovens, como os teddy boysrockers e beatniks, reivindicaram seu posicionamento na sociedade, ganhando espaço nos cinemas com a atuação de James Dean em Juventude Transviada

 

Fazendo alusão à moda da Era Eduardiana (daí o nome Teddy, apelido de Edward), os teddy boys eram rebeldes, mas mantinham um estilo elegante com casacos longos, coletes, roupas de corte ajustado e camisas brancas de gola alta. 

 

Os penteados anos 50 desses jovens ficaram conhecidos como quiffs, caracterizados pelo uso da brilhantina em um penteado para trás que deixava um “rabo de pato” na nuca, enquanto na testa havia um grande topete, além das costeletas longas. 

 

O estilo esteve em alta principalmente em 2015, com grifes como Dior Homme, Paul Smith e Maison Margiela fazendo uma releitura para o inverno. No ano passado, Sonia Rykiel trouxe a influência para a moda feminina, que também tinha presença nos anos 50, apesar de ter sido um estilo arriscado por conta da androginia.

 

Vital e sua moto 

 

Com a ascensão de cantores como Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Bill Haley, o rock 'n' roll se tornou uma grande influência para os jovens que já tinham James Dean como um ícone, porém agora no papel de motoqueiro em O Selvagem da Motocicleta

 

Subversivo, o estilo rocker incluía camisas brancas, jaquetas curtas, calças jeans ou de couro, além de botas e acessórios como echarpes. As meninas seguiam a mesma combinação ou ainda optavam por saias godê ou franzidas, cardigans e lenços amarrados no pescoço. Para os passeios de moto, a jaqueta de couro era indispensável. 

 

Muitas dessas influências permanecem como uma assinatura de coleções masculinas de grifes como a Diesel Black Gold, Versus e Dsquared2, sendo ainda a principal inspiração do inverno 2016 da Moschino. E apesar de a cor preta ser um símbolo do estilo rocker, foi com os beatniks que ela ganhou sentido de protesto por simbolizar o luto pela sociedade e pelas guerras. 

Estilo intelectualizado 

 

Contrariando a opulência e o consumismo do pós-guerra, os beatniks eram românticos e existencialistas. Tinham como inspiração os escritos de Jack Kerouac e hoje são mais conhecidos como representantes de um estilo boêmio intelectual. 

 

Os homens usavam calças Levi’s, camisetas e blusas de gola rolê, bem como camisas para fora das calças e cabelos bagunçados. As mulheres encontravam referência na silhueta estreita de Audrey Hepburn, optando por calças justas e curtas, blusas largas, sapatilhas e boinas. 

 

Outra inspiração que combina tanto os teddy boys quanto os beatniks é o estilo andrógino de Diane Keaton em Annie Hall, que continua fazendo sucesso como visto no inverno 2016 da Trussardi e Ralph Lauren. 

 

Da feminilidade marcante à androginia total, a década de 50 abraçou os extremos e continua servindo de inspiração para homens e mulheres de estilos tão diversos quanto a moda cinquentinha. 

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