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Atacama: a sensação de conhecer um deserto

Recentemente tive a oportunidade de viajar para o Atacama. Apesar de já ter viajado um bocado, conhecer o deserto foi uma experiência como nenhuma outra. Neste texto, tentei trazer um pouco de como foi a sensação de conhecer um deserto, com o objetivo de te inspirar a conhecê-lo também.

estada do deserto de atacama

2 minutos

A chegada ao deserto é como ver o mar pela primeira vez. Quilômetros e quilômetros de nada além de areia. É uma vastidão tão humilhante que parece um lembrete da insignificância da humanidade.

Nele, o sol é inclemente. Ele brilha intensamente, garantindo que o ambiente esteja sempre árido e impiedoso, fazendo deste bioma um mundo à parte, uma terra de contrastes acentuados, onde a vida, quando presente, se agarra tenazmente às bordas da existência. É como se a paisagem parecesse estar em constante estado de criação e destruição.

No entanto, neste aparentemente desolado deserto, há uma beleza estranha e cativante. Há algo na interação entre a luz e a sombra nas dunas. Dunas que se erguem majestosas, formando vales e cristas que parecem criar um cenário transplantado de Marte, com aquela areia vermelha, quente e resistente.

As estradas que se estendem à nossa frente rumo ao infinito formam uma linha monótona, mas de uma beleza única. Elas cortam sem piedade as pedras que ousam atravessar o seu caminho, mantendo-se retas e planas, desafiando o horizonte. É como se a própria terra estivesse esculpindo seu destino, compelindo o tempo e a erosão.

Os padrões em constante mudança na areia e a claridade do céu noturno, não poluído pelas luzes da cidade, tudo isso se combina criando um sentimento de admiração e reverência. É como se o deserto tivesse sua própria linguagem, escrita nas ondulações da areia e nos traços das estrelas no céu.

É um lugar onde o tempo parece parar, onde o incessante avanço do progresso e da tecnologia cede lugar à tranquila contemplação do mundo natural. É um lugar que desafia nossa compreensão da vida e da sobrevivência, e, ao fazer isso, nos obriga a confrontar nossas próprias limitações e nosso lugar no mundo. Nesse vasto cenário, somos lembrados de nossa pequenez diante da grandiosidade da natureza, e, ao mesmo tempo, somos cativados por sua beleza única e desafiadora.

O Vale de La Luna fica próximo à San Pedro de Atacama. Com sua topografia lunar, é uma obra-prima da natureza. Batizado por Gustavo Le Paige, um homem que, ao olhar para essa paisagem deslumbrante, não pôde deixar de associá-la à Lua.
No coração do deserto do Atacama, encontra-se o anfiteatro do Vale de La Luna, uma proeza da erosão onde pedras esculpidas pelo tempo parecem formar as fileiras de um teatro ancestral. É um lugar onde a natureza se revela como arquiteta, e, sob o pôr do sol, o anfiteatro se transforma em um palco efêmero para um espetáculo majestoso.
O som das dunas é um segredo sussurrado do deserto. À medida que o vento varre suas superfícies, ele cria uma melodia suave e assombradora que parece ecoar pela vasta solidão. É um som que é ao mesmo tempo reconfortante e sinistro, um lembrete de que mesmo neste lugar aparentemente desolado, a vida existe, embora em uma forma mais sutil e misteriosa. [Na sequência o pôr do sol nas dunas]
A paisagem do deserto é também marcada pela presença de cerca de 44 vulcões, tanto ativos quanto inativos. Esses colossos de pedra, algumas vezes silenciosos, outras vezes inquietos, dão ao local uma aura de mistério e imponência, como é o caso do Licancabur..
Surpreendentemente, mesmo em um lugar tão árido, encontramos oásis de beleza e vida. Lagoas tranquilas e cristalinas, alimentadas pelas águas de nascentes subterrâneas, rompem a paisagem seca. À sua volta, vastas extensões de sal se estendem como campos de espelhos brancos.
Enquanto observava o céu noturno no deserto, fui presenteado com um espetáculo de rara beleza. Entre as inúmeras estrelas que pontilhavam o firmamento, testemunhei uma estrela cadente gigantesca, que atravessou o céu em uma trajetória longa e majestosa. Foi um vislumbre de puro encanto!

Todas as fotos foram tiradas com meu celular, sem nenhuma edição ou filtro.